Se eu fosse Arabela

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Sei que algumas pessoas dizem por ai que os meus ciúmes são exagerados e que eu sou demasiado insegura. Talvez eu seja mesmo, mas será que alguém já parou para pensar no por quê? Será que alguém já se deu ao trabalho de se perguntar o quê que me deixou assim? Eu sei que te sufoco um pouco e que as vezes tu tens vontade de ir embora e nunca mais voltar, mas voltas porque sabes que lá fora não é tão bom assim e que apesar de tudo sou eu quem te reviro por dentro. Eu sei que te irrito com tantas perguntas, querer saber sempre onde tu estás e o que estás a fazer e que te tiro do sério quando não paro de te enviar mensagens. Eu sei. Sei que tu tens vontade de desligar o telemóvel e desligares te de mim e perguntaste porquê que apesar de tudo tu ainda insistes em nós. Mas é que no fundo tu sabes, tu entendes. Não é culpa minha. Eu já acreditei demais e confiei demais e tudo o que eu consegui foram algumas cicatrizes dentro de mim que gritam o tempo todo que eu vou sofrer de novo, assim que tu perceberes que eu sou uma perda de tempo, assim que tu te cansares e por isso eu dou em louca, mesmo sem motivo porque eu não consigo convencer o meu coração de que tu és diferente, mesmo eu sabendo que és.

Eu tenho medo. Medo não... Tenho pânico! Pânico de pensar que tu podes descobrir que por ai tem muita mulher especial e que não reclama tanto e nem te cobra como eu porque não seria a primeira vez que acontece comigo. Tu não serias o primeiro a deixar me sozinha e a arrebentar o meu coração em trilhões de pedaços pqra ficar com outra mais alta e engraçada e até mais bonita. Isso já aconteceu antes. Uma, duas, três vezes. E eu nem costumava ser tão louca. Pelo contrário. Eu era até segura demais, não ligava muito e nem me importava em responder com tanta rapidez. Eu confiava em mim, tinha de sobra aquela coisa que chamam de amor próprio só que estraçalharam e eu nunca mais consegui me recuperar e nem é que eu não confie em mim mesma hoje em dia, ou que eu não confie em ti, mas sabes como é, gato escaldado de água fria tem medo. Sei não podemos culpar um amor pelo erro do outro, mas explica isso pro meu coração todo remendado que apita o alarme de emergência todas as vezes em que decides passar o dia com os teus amigos. Eu sei que eles gostam de ti e que torcem por nós e que um bom rapaz... Mas bons rapazes já me magoaram antes. Eu sei que tu és diferente, que as tuas amigas são só tuas amigas e eu não posso ficar com raiva de cada vez que elas comentam algo teu porque eu cheguei depois na tua vida e não tenho direito de estragar as tuas amizades mas outras amiguinhas já estragaram a minha relação e doeu porque eu tinha acreditado que eles eram como irmãos. Eu já me enganei demais.

Eu sei que isto cansa, que eu sou controladora e possessiva e procuro motivos para discutirmos. Eu sei que exagero um pouco e perco a razão quando começo a dar palpites e que tu nunca me destes motivos para nada disso. Sei que não te posso te culpar por todos os meus relacionamentos e nem depositar em ti as expectativas que me tiraram. Sei que tu és um outra pessoa, uma outra história, uma outra oportunidade. Sei que sou injusta quando discutimos e eu digo que tu não vales nada porque homens são todos iguais, mas tenta entender o meu lado amor, tenta entender que é difícil fechar os olhos e ignorar todos os fantasmas que continuam a assombrar me. Não é fácil fingir que eu não me importo porque eu já não me importei outras vezes e não deu certo. Eu parti o coração. Eu sai destruída. E isso mexeu comigo, isso me transformou. Sei que tu precisas que eu te deixe mostrares me que desta vez vai dar certo. Mas eu tenho medo de que um dia desistas de nós, sei lá, tenho medo de que tu esbarres em alguém que mereça mais o teu sorriso, que te faça querer criar planos e sair de mansinho da minha vida como se isso causasse menos estragos. Porque não causa, sabes? É devastador o jeito como ficamos por dentro depois. Sentimos nos um lixo.

Eu tenho medo de tu te enjoares de mim e sei que o meu jeito de ser pode contribuir pra isso, sei que eu preciso mudar e largar te um pouco porque eu não posso sugar a tua energia e querer te só para mim. Eu sei. Mas eu tenho medo de ser só um passatempo, alguém descartável. Tenho medo que, sem mais nem menos, me tires da tua vida, de uma hora pra outra. Tenho medo de que fiques com outras meninas mesmo que só por diversão, medo de que tu resolvas dar só uma puladinha rápida de cerca e eu que eu acabe por fazer o mesmo papel, numa outra história. Tenho medo de voltar a ser motivo de piada e de me tornar assunto na boca da mulherada. Não quero ser a coitadinha de novo. Nem a otária. E quando tu demoras para me atender ou responder me eu tenho medo de o estar a ser. Porque eu já fui. Ah... Como eu fui! E é horrível. Eu tenho medo de que te tornes mais uma ferida aqui dentro e sei que isso não é saudável e que eu preciso me curar deste passado e aprender a seguir em frente, mas tu acha aque eu já não tentei? Este medo também me faz mal. Mas eu não consigo lutar contra, não consigo me impedir de perder o ar só de imaginar que pode ter outra a fazer te sorrir. É doido. Eu sei! Mas eu tenho medo, só isso, tenho medo porque eu te amo e até hoje o amor não foi muito bom comigo.

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